Ficamos três dias completos e 4 noites na região do Vale do Loire. Nesse período conhecemos cinco castelos: Amboise, Villandry, Chenonceau, Cheverny e Chambord. É possível conhecer dois castelos por dia, mas é bom separar um tempinho para circular pelas lindas estradas da região, apreciando a paisagem e os vilarejos. Isso não vai te dar mais "checks" na lista de atrações, mas garanto que vai ser maravilhoso!
Meu roteiro ficou assim:
(Dia 0: chegamos à noite no Vale do Loire)
Dia 1: Château D'Amboise + Château Villandry + jantar em Tours
Dia 2: voltinha por vilarejos + Château Chenonceau
Dia 3: Château Cheverny + Chambord + jantar em Orleães
(Dia 4: Fomos para Paris e de lá voamos para Nice)
O Castelo Real de Amboise fica às margens do Loire, dentro da cidade de Amboise, que surgiu no seu entorno. Sua história é uma das mais cheias de confusões, e apenas um quinto do castelo original sobreviveu até o nosso tempo. O château foi residência de monarcas franceses durante os reinos de Carlos VIII e Francisco I, entre o fim do século XV e início do século XVI. Foi Carlos VIII quem transformou a antiga fortaleza medieval em um castelo e dedicou bastante do seu tempo e energia em ampliar a melhorar as dependências de Amboise. Ironicamente, ele morreu ao bater violentamente a cabeça no umbral de um das portas do local.
As ruas contíguas ao château estão cheias de restaurantes e bares, onde é possível almoçar antes de seguir para Villandry no meio da tarde.
O forte de Villandry são seus lindos jardins. Se você não quiser fazer maratona, reserve pelo menos umas 2,5 horas para andar pelo exterior do castelo, que é imenso! Chegar lá no meio da tarde e ficar até o pôr-do-sol é o ideal, porque a luz da tarde deixa aquele paisagismo ainda mais lindo!
Villandry fica bem pertinho de Tours, uma das principais cidades do Vale. Programe-se para jantar por lá, mas antes de comer, vale dar uma voltinha no centro histórico da cidade e na praça Plumereau. A Rue Colbert é animada, cheia de restaurantes e bares universitários. Foi ali que encontramos o L'Etable, onde comemos uma salada de lentinhas com salmão e ovo poché de entrada e uma torta de chocolate, amendoim e caramelo salgado que foram uma das melhores coisas da viagem! Recomendo muito!
Para horários de visita, preços e outras informações práticas, dá uma olhada no site do Castelo D'Amboise e de Villandry.
Restaurante L'Etable
121 Rue Colbert, 37000 Tours, França
Duas pessoas, sem bebida: £40
🚗 Castelo Amboise →Villandry: 44km
Os vilarejos da região são sempre muito fofinhos: casas de pedra, muuuuitas flores e plantas nas janelas, praça principal com a igreja ou abadia da cidade, geralmente da época medieval. Junto com o entorno verde e os rios fazem cenários verdadeiramente bonitos de se ver!
O Chenonceau é um dos mais impressionantes castelos do Loire. Visualmente, sua construção em cima de pilares sobre o rio Cher encanta, mas foi mesmo a sua história, marcada por mulheres poderosas, que fez ele ser meu preferido da viagem. Por causa dessas mulheres, até hoje ele é conhecido como o "Castelo das Sete Damas".
Umas das primeiras mulheres que marcaram a história do château foi Catherine Briçonnet. Seu marido, Thomas Bohiers, havia comprado o castelo da família Marques, em dificuldades financeiras. A maior parte da antiga construção medieval foi destruída e, em suas fundações, foi erigido o novo castelo, sob a supervisão de Catherine, mantendo apenas a antiga torre, que até hoje pode ser vista. Alguns anos depois, o castelo é confiscado pelo reino francês, por causa de dívidas.
Inicialmente, o castelo foi um presente de Henrique II para sua amante preferida, Diane de Poitiers. Foi ela quem teve a ideia de construir uma ponte para ligar sua mansão à outra margem do rio. Quando o rei morreu, a primeira coisa que sua mulher, Catherine de Médicis, fez foi expulsar a amante do castelo, e assumi-lo junto com seu filho, Henrique III. Foi Catherine que construiu o imenso salão que hoje fica justo em cima da ponte sobre o rio Cher, marca registrada de Chenonceau, onde ela dava festas espetaculares que ficaram famosas à época.
Depois que Catherine morreu e seu filho foi assassinado, sua mulher, Louise de Lorraine, assumiu o castelo. Foi um período de decadência e tristeza, e até hoje é possível visitar alguns quartos que estão adornados de tapeçarias pretas e cheios de referência à dor e a morte, testemunhas do período de luto de Louise.
Menos marcantes na história do castelo, Gabrielle D'Estrées, amante de Henrique VI, e Françoise de Lorraine, a Duquesa de Vendôme, foram as quintas e sextas damas a viveram no château.
A fase decadente só termina no século XVIII, quando o castelo é comprado por Louise Dupin, que devolveu a Chenonceau sua aura festiva. Entusiasta das artes e conhecida como "Dama do Iluminismo", Dupin trouxe ao castelo muitos filósofos, pesquisadores e artistas. Jean-Jacques Rousseau viveu aí um período, como seu assistente #friendzoned.
Na época, Dupin escreveu o livro "Ouvrage sur les femmes", um grande compilado sobre a história e o direito das mulheres, que não chegou a ser finalizado. Uma feminista em Chenonceau, o castelo mais feminino do Loire!
Para horários de visita, preços e outras informações práticas, dá uma olhada no site do Castelo de Chenonceau.
Meu roteiro ficou assim:
(Dia 0: chegamos à noite no Vale do Loire)
Dia 1: Château D'Amboise + Château Villandry + jantar em Tours
Dia 2: voltinha por vilarejos + Château Chenonceau
Dia 3: Château Cheverny + Chambord + jantar em Orleães
(Dia 4: Fomos para Paris e de lá voamos para Nice)
Dia 1: Château D'Amboise + Château Villandry + jantar em Tours
O Castelo Real de Amboise fica às margens do Loire, dentro da cidade de Amboise, que surgiu no seu entorno. Sua história é uma das mais cheias de confusões, e apenas um quinto do castelo original sobreviveu até o nosso tempo. O château foi residência de monarcas franceses durante os reinos de Carlos VIII e Francisco I, entre o fim do século XV e início do século XVI. Foi Carlos VIII quem transformou a antiga fortaleza medieval em um castelo e dedicou bastante do seu tempo e energia em ampliar a melhorar as dependências de Amboise. Ironicamente, ele morreu ao bater violentamente a cabeça no umbral de um das portas do local.
As ruas contíguas ao château estão cheias de restaurantes e bares, onde é possível almoçar antes de seguir para Villandry no meio da tarde.
O forte de Villandry são seus lindos jardins. Se você não quiser fazer maratona, reserve pelo menos umas 2,5 horas para andar pelo exterior do castelo, que é imenso! Chegar lá no meio da tarde e ficar até o pôr-do-sol é o ideal, porque a luz da tarde deixa aquele paisagismo ainda mais lindo!
Villandry fica bem pertinho de Tours, uma das principais cidades do Vale. Programe-se para jantar por lá, mas antes de comer, vale dar uma voltinha no centro histórico da cidade e na praça Plumereau. A Rue Colbert é animada, cheia de restaurantes e bares universitários. Foi ali que encontramos o L'Etable, onde comemos uma salada de lentinhas com salmão e ovo poché de entrada e uma torta de chocolate, amendoim e caramelo salgado que foram uma das melhores coisas da viagem! Recomendo muito!
No caminho do castelo de Amboise! |
Vista de cidade e do rio Loire de cima do castelo de Amboise |
Construção principal do castelo de Villandry |
A simetria é bastante presente nos jardins renascentistas! |
Jardins feitos com legumes! AMEI! |
As uvas dos jardins de Villandry eram tãããão docinhas! |
Serviço
Para horários de visita, preços e outras informações práticas, dá uma olhada no site do Castelo D'Amboise e de Villandry.
Restaurante L'Etable
121 Rue Colbert, 37000 Tours, França
Duas pessoas, sem bebida: £40
🚗 Castelo Amboise →Villandry: 44km
Dia 2: voltinha por vilarejos + Château Chenonceau
Reservamos a manhã do nosso segundo dia para descansar (alô, jet lag!) e rodar entre os vilarejos da região. Estávamos hospedados em uma gîte (típica casa de campo francesa) na zona rural do vilarejo de Couture-sur-Loire. Aproveitamos a manhã para dar uma voltinha na vila, passar pelo Château de la Possonnière, onde viveu o poeta francês Ronsard (que ficava ao lado da casa que alugamos).Os vilarejos da região são sempre muito fofinhos: casas de pedra, muuuuitas flores e plantas nas janelas, praça principal com a igreja ou abadia da cidade, geralmente da época medieval. Junto com o entorno verde e os rios fazem cenários verdadeiramente bonitos de se ver!
Cada vilarejo da região tem sua igreja/ abadia medieval... |
A boulangerie de Couture-sur-Loire, nossa vila nos primeiros dias de Vale do Loire |
Estradinhas pelas cidadezinhas do Vale |
O Chenonceau é um dos mais impressionantes castelos do Loire. Visualmente, sua construção em cima de pilares sobre o rio Cher encanta, mas foi mesmo a sua história, marcada por mulheres poderosas, que fez ele ser meu preferido da viagem. Por causa dessas mulheres, até hoje ele é conhecido como o "Castelo das Sete Damas".
Umas das primeiras mulheres que marcaram a história do château foi Catherine Briçonnet. Seu marido, Thomas Bohiers, havia comprado o castelo da família Marques, em dificuldades financeiras. A maior parte da antiga construção medieval foi destruída e, em suas fundações, foi erigido o novo castelo, sob a supervisão de Catherine, mantendo apenas a antiga torre, que até hoje pode ser vista. Alguns anos depois, o castelo é confiscado pelo reino francês, por causa de dívidas.
Inicialmente, o castelo foi um presente de Henrique II para sua amante preferida, Diane de Poitiers. Foi ela quem teve a ideia de construir uma ponte para ligar sua mansão à outra margem do rio. Quando o rei morreu, a primeira coisa que sua mulher, Catherine de Médicis, fez foi expulsar a amante do castelo, e assumi-lo junto com seu filho, Henrique III. Foi Catherine que construiu o imenso salão que hoje fica justo em cima da ponte sobre o rio Cher, marca registrada de Chenonceau, onde ela dava festas espetaculares que ficaram famosas à época.
Depois que Catherine morreu e seu filho foi assassinado, sua mulher, Louise de Lorraine, assumiu o castelo. Foi um período de decadência e tristeza, e até hoje é possível visitar alguns quartos que estão adornados de tapeçarias pretas e cheios de referência à dor e a morte, testemunhas do período de luto de Louise.
Menos marcantes na história do castelo, Gabrielle D'Estrées, amante de Henrique VI, e Françoise de Lorraine, a Duquesa de Vendôme, foram as quintas e sextas damas a viveram no château.
A fase decadente só termina no século XVIII, quando o castelo é comprado por Louise Dupin, que devolveu a Chenonceau sua aura festiva. Entusiasta das artes e conhecida como "Dama do Iluminismo", Dupin trouxe ao castelo muitos filósofos, pesquisadores e artistas. Jean-Jacques Rousseau viveu aí um período, como seu assistente #friendzoned.
Na época, Dupin escreveu o livro "Ouvrage sur les femmes", um grande compilado sobre a história e o direito das mulheres, que não chegou a ser finalizado. Uma feminista em Chenonceau, o castelo mais feminino do Loire!
Como não consegui tirar nenhuma foto legal de todo o castelo, usei essa foto do Wikipedia. |
Foto do Lonely Planet. |
No salão do Chenonceau, justo em cima do rio Cher. |
Serviço
Para horários de visita, preços e outras informações práticas, dá uma olhada no site do Castelo de Chenonceau.
Dia 3: Château Cheverny + Chambord + jantar em Orleans
Cheverny foi o palácio que inspirou o Château de Moulinsart, de As aventuras de Tintim. Seus proprietários são da mesma família de quando foi construído, no século XVII. Eles moram no castelo até hoje, numa ala fechada para visitação. Apesar de pequeno, a decoração e o mobiliário do palácio são originais e super bem cuidados. Dos castelos que visitei, achei o menos interessante.
Seguimos para Chambord logo no começo da tarde e comemos por lá (existem restaurantes na área exterior do próprio castelo). É interessante combinar a visita desses dois château devido à proximidade entre eles.
Chambord é um castelo que embasbaca! Construído por Francisco I num antigo local de caça da realeza, seus números impressionam: o palácio contém 440 aposentos, 365 lareiras e 84 escadarias. São 154 metros de comprimento por 117 de largura (!!). Os famosos telhados têm onze tipos de torres e três tipos de chaminés. Conta-se que Francisco queria sua silhueta se parecesse a Constantinopla, por isso a variedade e quantidade de torres em seu telhado. Mas o mais impressionante é a escadaria central aberta em dupla hélice, cujos eixos nunca se encontram. Conta-se que foi criada por Leonardo da Vinci, mas não há confirmação.
Como a alma de burocrata aqui só pensava no tanto de dinheiro público que foi usado para tamanho exagero e ostentação, teve momentos que cheguei a sentir raiva, rs. Não é de estranhar que o castelo, símbolo da opulência real da época, tenha sido parcialmente destruído durante a Revolução Francesa. Por isso é muito menos mobiliado que os outros, o que só ressalta seu tamanho e exuberância.
Depois de finalizada a construção do seu colosso, símbolo do seu poder e riqueza, Francisco I convidou Carlos V, um velho inimigo contra quem lutou quatro guerras sucessivas (e foi até prisioneiro), para conhecê-lo com toda a pompa e circunstância. Veja bem, amigos, o que seria do mundo sem um pouco de vingança e ódio? rs
Depois de Chambord, seguimos para Orleães, outra importante cidade do Vale do Loire. Foi ali que Joana D'Arc, liderando um exército de cinco mil homens, derrotou o Cerco a Orleães, sua primeira grande vitória na Guerra dos Cem Anos. Antes de jantar, vale uma volta pelo centro da cidade e pela Catedral de Sainte-Croix.
A foto clássica de Cheverny! |
Cisnes negros no Cheverny |
O colosso que é Chambord!! |
Olha as pessoas ali nas janelas, dá para entender o tamanho dessa coisa? |
Eu na escadaria provavelmente projetada por Leonardo Da Vinci |
Chambord abriga algumas exposições em seus enormes aposentos vazios |
Olha que jardinzinho pequeno! |
Catedral de Orleans |
Serviço
Para horários de visita, preços e outras informações práticas, dá uma olhada no site do Château Cheverny e do Château de Chambord.
🚗 Castelo de Cheverny → Chambord: 19 km
🚗 Castelo de Chambord → Orleans: 47 km