#finaldesemanaviajante: Chapada dos Veadeiros

quarta-feira, setembro 03, 2014

Born to be wild: meu Ka invocadíssimo, achando que é gente grande!

Como contei nesse post aqui, decidi ir pra Chapada dos Veadeiros no final de semana, indo no sábado e voltando no domingo, com o tempo que tinha disponível e sem correria.


CHAPADA DOS VEADEIROS


A Chapada dos Veadeiros é uma região de cerrado em Goiás que abrange cinco municípios: Alto Paraíso, Cavalcante, Colinas do Sul, São João D'aliança e Teresina. Os locais mais visitados para quem vai a turismo são: São Jorge, uma pequena vila com cerca de 500 habitantes no município de Alto Paraíso, com espírito alternativo e mochileiro, uma coisa meio "bota de trilha e sandália de couro". As ruas são de terra, e a cidade é cheia de albergues, pequenas pousadas e lojinhas de artesanato. A entrada do Parque Nacional da Chapada fica em São Jorge, transformando-a num dos principais pólos do turismo da região. É a melhor opção para quem vai sem carro para a Chapada, já que as atrações do Parque ficam a uma caminhada de distância da vila (diferente das outras cidades, que demandam transporte para chegar na maioria das atrações).

Alto Paraíso, maior e mais estruturada que São Jorge, tem espírito místico, uma coisa meio Era de Aquário e energia dos cristais. Dizem que o fato de estar no Paralelo 14, o mesmo que passa por Macchu Picchu, traz uma energia toda diferente para Alto Paraíso. 

Cavalcante [que não conheço] fica mais distante de Brasília (82 quilômetros a mais no sentido norte, a partir de Alto Paraíso) e, por isso, é menos conhecida e visitada. Abriga mais da metade da Chapada dos Veadeiros e a maior parte da comunidade Kalunga, maior comunidade quilombola do Brasil (e do mundo).

 Decidimos ir para São Jorge dessa vez e pegamos a estrada rumo à Chapada já era 10h do sábado.


ALMÉCEGAS I E II


Fomos direto para Fazenda São Bento, já pertinho de São Jorge, onde ficam as cachoeiras Almécegas I, Almécegas II e São Bento (a entrada para a Fazenda é sinalizada na estrada, fácil achar!). Chegamos lá já era umas 12h e ficamos até umas 16h. Paga-se R$ 20 por pessoa, para visitar as três cachoeiras. No geral, o acesso é fácil, com caminhadas tranquilas.

Almécegas I é mais bonita e a trilha dá acesso a um mirante, onde se vê a água descendo por paredões de pedra entre a vegetação do cerrado, e às piscinas que o rio forma antes da queda, com um belo visual do vale. O acesso à Almécegas I é um pouco mais difícil (comparado com Almécegas II), porque são 1,5 km de caminhada, com alguns trechos mais íngremes, mas, ainda assim, é bem tranquilo. Não precisa de nenhum equipamento especial - fomos de havaianas mesmo e tudo certo.

Almécegas tem água incrivelmente gelada. Brrrr!
Sensualizando em Almécegas I. Vem ni mim sol do Cerrado! Tira esse bronzeado de escritório que não me pertence!


A MATULA DO SEU WALDOMIRO


Depois das cachoeiras e morrendo de fome, seguimos para o Rancho do Seu Waldomiro, que faz a matula mais tradicional da Chapada! 

A matula é um prato típico da Chapada dos Veadeiros, que os tropeiros costumavam fazer para levar nas viagens. É uma mistura de linguiça, carne de sol e carne de lata (carne de boi frita, conservada na banha de porco), preparadas com feijão. O prato é servido com farofa, aipim frito, tomate e arroz. O esquema lá é morrer de comer: mesmo o PF vem com doses cavalares de comida! Ótimo para encher o bucho esfomeado de trilha e banho de cachoeira.

Seu Waldomiro vende também vários tipos de cachaça (tem muitos sabores do cerrado - baru, pequi...), bom para abrir o apetite e preparar o estômago para a matula. 


Esse é o rancho do seu Waldomiro. A foto foi de uma viagem anterior, mas o rancho continua igualzinho!

Confesso que, na primeira vez que fui no Seu Waldomiro, com mais quatro amigos, passamos muito mal com a comida. Não sei se exageramos na dose [das cachaças e da comida], mas ficamos todos mal... Resolvi tirar a prova dos nove voltando lá e, dessa vez, deu tudo certo. Aguentamos bem o tranco e passei o resto do dia bem (mas de bucho bem cheio, viu)! 

Prazer, matula do seu Waldomiro! Nosso primeiro encontro não foi dos melhores, mas eu fui insistente...


ÁGUAS TERMAIS


Um dos melhores programas para fazer à noite na Chapada é ir nas águas termais, conjunto de piscinas naturais com água à temperatura de 38 graus. Delícia tomar banho de água quentinha na noite fria da Chapada! 

Mas ATENÇÃO [aqui vai melhor dica do post :-)]: existem duas "águas termais": o Éden e Morro Vermelho. Partindo de São Jorge, é só pegar a estrada no sentido contrário a Brasília. Uns 25 km depois, você vai ver a entrada do "Éden", à sua esquerda, mas suas águas não são tão quentinhas e, por isso, não é tão bom! Seguindo um pouco mais, a entrada para o Morro Vermelho vai estar à sua direita. Essa sim é a verdadeira água termal da Chapada!! São três piscinas naturais com água quente mesmo. Em geral, enche bastante, mas dá para curtir tranquilamente. Bom levar toalha e roupa pra trocar: difícil encarar sair daquela água e encarar o frio!


CATARATAS DOS COUROS


No domingo, acordamos tarde. Tomamos um café homérico e voltamos pra cama para cochilar. Hahahahaha [forma madura de lidar com excessos de comida]! Já era quase 12h quando seguimos para as Cataratas do Couros para, de lá, seguir para Brasília.

Da entrada de Alto Paraíso foi uns 15 kms até a entrada para as Cataratas (que é sinalizada!). Daí até as Cataratas são, pelo menos, mais uns 30 km de estrada de terra. A estrada está boa, e é sinalizada a maior parte do tempo. Pagamos R$ 5 por pessoa de taxa. Há um assentamento de MST próximo às Cataratas e eles te ajudam com indicações do caminho (basicamente, depois de passar por eles, ficar sempre à esquerda nas bifurcações).

De onde se deixa o carro, há uma pequena caminhada até as Cataratas do rio Couros. 
Chegando nas Cataratas.

Essas são as Cataratas no final do período de seca da cerrado. 

As Cataratas são LINDAS! A água é gostosa, límpida, e tem piscininhas para ficar jiboiando tranquila. Também há muito espaço para estender cangas e ficar tomando sol, cochilando, lendo, apreciando a paisagem...

Umas 15h30 abandonamos o paraíso e seguimos rumo à Brasília. Paramos em São João D'Aliança para lanchar uma bela pamonha e fechar com chave de ouro nossa incursão pelo Goiás. 

Meu #finaldesemanaviajante valeu demais!

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